domingo, 31 de março de 2013

Instrumento da mente.

     Se você, assim como eu, já experimentou incontáveis instrumentos, buscando o que se possa chamar de "seu", que satisfaça suas necessidades espirituais, que seja uma extensão do seu corpo, imagine comigo:

O lado escuro do coração.

     Livros, revistas, fotos, vídeos. Por que em todo lugar só se mostra um lado do coração? E se ninguém se lembrar de que assim como a lua, o coração também possui outro lado?

quinta-feira, 21 de março de 2013

O que nunca importa.

     Nunca havia reparado como as noites de inverno são mais escuras que as noites de verão. Não sei o motivo, nem quis pesquisar. Mas parece real. E como descobri isso? Não foi quando deitava e pensava em você ou em qualquer coisa relacionada. Nem quando voltava pra casa do trabalho.
     Pra ser sincero não sei como descobri. Talvez porque pude contar mais estrelas do que normalmente conto. Talvez porque você não estivesse ali, em sonho, do meu lado. Talvez porque sua voz não ecoasse na concavidade da lâmpada lá em cima no poste de concreto. E, ah, não me pergunte qual a relação disto com aquilo. Nem me pergunte sobre o que escrevo ou o que falo, pois começo com um propósito e as coisas entram em minha mente e saem, trocam de lugares, trocam de pessoas, trocando pensamentos, pessoas, lugares, rostos, roupas, números. Apenas eu ouso me perguntar tais coisas. Que coisas? Não sei, não me recordo. No que penso agora, na garota que não responde meu recado, quem sabe de propósito, quem sabe não, não sei. Percebeste que nada sei? E se talvez o foco da minha vida seja os estudos para que de alguma forma eu saiba algo? Ou talvez o seja pois nada mais resta? Não percebes que é tua culpa? Traiçoeira, ladra, ô mulher do demônio. Que nas noites me procuras, me tentas, e por fim foges. Por qual motivo tu foges de mim? E se da noite comecei falando, me perdoe mas, tu e a noite são semelhantes. E sou tolo por temer a noite. Temendo a noite, temo-te. Mas sei que não lhe convenho, o que me traz profunda infelicidade. Pois a minha felicidade se daria em tu quererdes ter me em teus braços, que em teus olhos de berlinde eu possa ver minha face, dividindo espaço com brilhos de luz e que em meio a carícias e abraços tu prometas teu amor pela eternidade, que será falsa, mas que prometa, naquele momento sincero. E pela falta de sinceridade, eu sei que não seria capaz de obter tudo o que quero, mesmo sendo pouco. Se eu digo que isto é pouco, há aqueles que me chamem de louco, que nas minhas atitudes regresso à épocas as quais não vivi e nem poderei viver. Loucos são eles! Eles que nunca amaram e talvez não amarão. Que nasceram com a cabeça na época do funeral do amor! E que me julguem. E que tu me julgues. As noites de inverno continuarão sendo mais escuras. E serão cada vez mais frias enquanto tu não se juntares a mim, na dança que nossos amigos e irmãos talvez nunca dancem.