quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O inferno do Filósofo.

Nem vi o que aconteceu. Só sei que apareci lá. Lugar quente e abafado, não parava de suar.
Muita gente de faz tempo, estava lá procurando vento.

Estava lá um baixinho e também um de bigodinho. Só falavam sobre um tal de conquistar, conquistar uma terra gelada, sem ouro, sem nada. Só descobriram depois que tinha uma água preta que foi enlatada.

Tinha uma moça, bem bonita por sinal. Dizia que na terra dela o bem era irmão do mal e que da areia se tira mais do que sal. Ela, porém, não entendia muito bem como foi parar ali. Tinha um cuidado por animais, um amor especial, e triste me disse que uma cobra a mordeu no final.

Estava la um camarada Getúlio, pai dos pobres. Todos sabiam como aquele senhor era dos mais nobres. Mas ó coitado, era tão bom que por alguma razão ele foi "suicidado".

La jazia um ser bem apessoado que dizia que tudo era errado. Cabeludo, revolucionário. Gostava de tudo no mesmo horário. Era até formado, pelo que eu entendi. Era dentista, já descrente, o chamado "Tiradentes".

Tinha uma separada do grupo. Era verde, enrugada, nem parecia uma mulher. Tinha vassoura de palha, varinha, acredite se quiser. Agora o que era? Acredito que seja uma Bruxa de Blair.

O dono do lugar era até simpático, tentador. Só era meio apático, sem vigor. Também era sumidão, gostava de ficar la atrás. O chamavam por varias coisas. Oi? Não entendi. Seu nome é "Capataz"?

Mas eu, ah eu, nem sabia o motivo de estar ali. Só espalhava uma idéia de que aqui não era ali. Falava sobre a fome. Alguém me pergunta: Qual o seu nome? Com apóstrofo? Eu só sei responder: Calma, pense bem, eu sou só um filósofo.