domingo, 17 de fevereiro de 2013

A dança do amor.

     E veio o carnaval. Viagem, festa, diversão, bebida, gente nova. Tudo o que uma pessoa fria pode tentar para se aquecer (nesse caso o coração). Nunca foi minha cara cair de amores por alguém e ficar naquela durante muito tempo. Nunca tinha sido e nem esperava que um dia fosse acontecer. E se a vida é monótona demais qual o motivo pra não fazer coisas diferentes? Era só o que eu dizia pra minha irmã. Mas nada dela me deixar viajar com os amigos. Poxa, era uma viagem normal. Talvez desde a morte de nossa mãe ela tenha ficado um pouco ciumenta comigo. Um grude que só. Além do mais, não seria ela que iria me impedir de ter um pouco de diversão. Eu não sou depressivo,a não ser que você considere horas e horas de diversão como tristeza. Mas sem delongas...


    Eu não sabia pra qual lugar iria (o problema de se pegar carona é sempre depender do motorista). O pessoal cantava e ria, contando piadas e histórias engraçadas. Foi legal pois estávamos todos juntos. Na divisa de São Paulo com o Paraná decidimos passear em Santa Catarina, em alguma praia decente, coisa fina mesmo. Eu sinceramente não sei te dizer que praia, até por que eu não fui. E antes que você me pergunte a razão, te direi.
    Paramos em Curitiba para agregar mais conhecidos na agora chamada "caravana da alegria" (nunca entendi essa coisa de caravana, parece algo medieval, não sei). No dia da chegada estava chovendo e não tinha bloco. Acho que nem se estivesse sol haveria bloco nessa cidade fria e seca (no sentido da alma mesmo). E como meu pai sempre dizia: - Se não tem bloco tem bar!- Mas não podia ser um bar comum afinal era CARNAVAL! Achamos então um bar temático, árabe, com quitutes e tudo. A comida era boa e a conversa estava divertida. Só melhoraria se do nada surgissem meia dúzia de mulheres semi-nuas, dançando pra você. E aquele era meu dia de sorte! Do fundo do balcão sairam seis mulheres muito bonitas dançando ao som de um música árabe (não sei se existe um nome específico pra essas músicas de novela). O povo batia palmas enquanto elas dançavam e encantam. Eu tenho certeza que elas encantavam pois uma me encantou, e foi feitiço dos fortes.
    Ela veio em minha direção e dançou de um jeito que eu nunca tinha visto. É claro que uma parte de mim dizia que era só o trabalho da moça e que era tudo invenção da imaginação fértil de um mero estudante de medicina. Mas uma outra parte flutuava e ia às alturas com a apresentação magnífica da garota com o véu violeta.
     Talvez aquela noite tenha durado mais tempo do que eu lembro mas eu lembro que foi a noite que meu coração se acendeu pela primeira vez. É claro que nunca mais a vi, mesmo voltando algumas vezes por ano no mesmo lugar. E assim eu a vi dançar uma dança que me ensinou a dança do amor.

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