terça-feira, 5 de junho de 2012

O fim dos inocentes [1].

Noite, quase 3 da madrugada. Ratos andando no assoalho, uma correria sem direção e ritmo. Roncos altos, puxando o ar para dentro e em seguida expelindo. Suspiros vindo do quarto ao lado. Ele não conseguia dormir. Precisava, mas não conseguia.
Os suspiros aumentavam sem razão e logo após diminuiam. Estranho era tudo aquilo para ele mas ele tinha de aguentar.
De repente os suspiros viraram gritos. Uma língua desconhecida era falada.. Aquilo não importava mais. Os gritos pararam e o silêncio se instaurou no quarto escuro. A noite corria feito doida. Tanto que ele já nem mais sabia quantos dias estava ali.
Entrava em um estado de coma e logo voltava. Era como estar sozinho no vácuo escuro. De repente as vozes grossas e fortes voltaram. Abriram a porta com raiva e força. Gritaram alguma coisa naquela língua. Queriam algo, era óbvio. Ele não entendia, não sabia o que dizer. Eles o forçaram e ele não resistira. A tortura era absurda. Algo desumano. Mesmo não entendendo aquilo, acabou sucumbindo. Outra vítima de Auschwitz.

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